Moda é futilidade e se resume ao consumo, é só sobre tendências. Uma forma de expressão ao longo do tempo? Quem disse? Nem teve relação com movimentos de sociais que viam nas roupas uma maneira de mostrar suas ideias, né?  Nem com o estilo roqueiro dos anos 50, os hippies nos anos 70 ou tantos outros com o passar do tempo…

Não ajudou a desmistificar o papel da mulher quando deixaram o espartilho de lado, vestidos e saias exclusivamente compridas (conquistaram direitos!) e começaram a compartilharam os jeans, as t-shirts, peças esportivas e tantas outras que eram só do armário masculino. E o contrário, quando David Bowie e Mick Jagger, por exemplo, usavam muitos itens considerados femininos? E hoje que roupas com gêneros definidos nem são tão necessários assim?

Mas a moda é só futilidade, né?

No final dos anos 90, o fast fashion começou a trazer as novidades dos desfiles muito rápido para as lojas. Rapidez que define muito bem o nosso estilo de vida superconectado. Uma geração que quer tudo aqui e agora. Mas isso só pode ser coincidência, já que roupa é só roupa.

A gente escolhe aleatoriamente, não tem a ver com a personalidade de cada um. Nas lojas, tudo igual, nem adianta usar a criatividade. Não tem como fazer da moda uma maneira de destacar sua individualidade, ela não ajuda a construir uma identidade própria. Não refletem gostos e nem conseguem mostrar como mudamos ao longo do tempo – as prioridades, a rotina, o estilo de vida. São só consumo mesmo.

Não ajudam na autoestima, autoconfiança, aceitação, amor próprio, não significa tratar a si mesma com carinho e atenção. Não nos dá a oportunidade de ser diferente a cada dia, sair da mesmice e levar a vida de uma forma mais divertida – sendo quem você quiser ser, dentro do seu estilo.

Tudo depende da visão que você dá à moda. Essa definitivamente não é a minha. Qual é a sua? :)

[Texto originalmente de 4 de abril de 2016 do meu antigo blog Walking on the Street]